sexta-feira, setembro 16, 2005

 

Por que os americanos são tão religiosos? E Bush, o "evangélico renascido"

92% dos americanos acreditam em God: pesquisa do Gallup, diz o professor de Religião Richard Perkins, de Harvard. A Bill of Rights, parte principal da constituição deles, garante a liberdade de religião e proíbe a relação Estado-Religião, motivo de boa parte da migração européia para cá - fugir da perseguição religiosa.
A religião é uma parte portátil da cultura e garante uma comunidade com os mesmos interesses, língua, reconforto e possibilidades de casamento. A exploração do oeste hostil - no século 19 -, com o consequente isolamento, foi outro importante fator de fortalecimento da religião como agregadora. Hoje, isso ainda é verdade. Eles se mudam de lugar para lugar: é tão difícil achar um americano que seja da cidade onde vive quanto achar um cujos ancestrais até a 3a geração sejam americanos. A igreja continua a ser o lugar onde se apegam e mantêm raízes, onde encontram pessoas semelhantes e têm vida social, e são bem-recebidos, mesmo onde nunca viveram.
85% da população é cristã, mas, curiosamente, o maior grupo isoladamente é o dos católicos, 25% (adiciono depois dados completos da aula do Macalester).
Não se engane, os americanos são protestantes, 60%. "Os protestantes dominaram o país de 1820 a 1960, sua cultura, universidades, e foram ocoração das reformas liberais que mudaram o capitalismo", diz Perkins.
E por muitos anos, até as décadas de 50-60, discriminaram fortemente os católicos, apesar da constituição. "Os católicos eram os inimigos, eram a pior coisa do mundo", disse-me uma luterana de meia-idade. "Acabava que os judeus e os católicos eram amigos, no mesmo barco", completou um judeu.
O nordeste é protestante e liberal, democrata. O sul é cristão, batista - Bible Belt -, republicano, hoje. Os católicos são levemente republicanos, o que muda entre os latinos, 75% democratas.
Perkins explicou a mudança no comportamento político dos brancos sulistas, antes democratas, por conta do ressentimento contra o republicano Abraham Lincoln, que lideou o norte; com o apoio de JFKennedy e Lyndon Johnsonn ao Civil Rights' Movement - igualdade entre brancos e negros, que eram oficialmente segregados - nos anos 60, eles se sentiram ameaçados e se voltaram contra os democratas. Foi e é uma posição contra a ação afirmativa, que atacam ainda hoje. O sul, conservador, ainda é visto com preconceito pelos nortistas. Libertou os escravos, mas nunca se desenvolveu, e acredita ser preterido pelo comando central. A diferença de renda é de 50%.
O fortalecimento dos fundamentalistas cristãos de direita, grupo que defende o Intelligent Design (O mundo foi criado por Deus, e a teoria da Evolução, de Darwin, não serve para nada), se deu a partir dos anos 80, com a ascensão de nomes como Pat Robertson - o que defendeu o assassinato do presidente venezuelano Hugo Chávez há três semanas - e Jerry Falwell, dando origem depois 'a Christian Coalition, que apóia George W. Bush.
Bush se diz um envangélico, renascido.

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