quarta-feira, setembro 28, 2005

 

Pentágono, ou Mall of America

O Pentágono, quartel-general da maior força militar do planeta, é um grande shopping center.
Parece brincadeira, mas é verdade. A diferença é o sistema de segurança para entrar. A ala é clara, chão branco, repleta de lojas, corredores largos e movimentados, cheios de gente - tudo bem, talvez mais pessoas de uniforme que nos malls comuns -, escadas rolantes e praça de alimentação. McDonald’s, KFC, loja de chocolate, sorvetes, comida chinesa, cinco Starbucks. A idéia é que as pessoas não precisem sair de lá para nada. As linhas de telephone do edifício, se postas em linha, dariam cinco voltas ao redor da Terra.
Ninguém diria que é a sede das poderosas Forças Armadas dos Estados Unidos. A não ser quando se abandona a área comum de lazer e alimentação e se começa a caminhar pelos corredores que levam ‘as centenas de escritórios do prédio e se vêem pinturas retratando todos os Chiefs of Staff (Comandantes) do Exército na história Americana.
Na verdade, diferentemente do que muitos possam pensar, Pentágono é apenas o nome do prédio - cinco lados, cinco anéis concêntricos, cinco andares e dez corredores -, e não o nome de um departamento ou entidade militar Americana. O grande complexo abriga 23 mil empregados permanentes, mais o mesmo número de visitantes por dia (representantes do Governo, oficiais militares, dignitários, entre outros).
Ninguém de uniforme camuflado nas portas de entrada, onde se passa por rigorosa identificação, inspeção, detectores de metais e raios-X. A Polícia do Pentágono não é militar e usa camisa cinza e calças pretas. Quase todos os agentes são negros - 60% da população de Washington era de negros em 2000.
A segurança é civil porque, apesar de abrigar a cúpula militar dos EUA, o prédio não é uma instalação militar, mas civil: pertence ‘a Secretaria de Defesa dos Estados Unidos, ‘a qual estão subordinadas as quatro forças armadas. Pois é, mais uma diferença em relação aos militares brasileiros. Nos EUA, os fuzileiros navais - os famosos e temidos Marines - constituem uma força ’a parte da Marinha, e tem comandante próprio, no mesmo nível do comandante da Marinha, e não subordinado a ele, embora parte do treinamento e da escola de formação seja conjunta. É no terceiro ano de estudos que os cadetes optam por seguir no Corpo de Fuzileiros Navais ou na Marinha.
Foi justamente a área de escritórios da Marinha no Pentágono a atingida pelo ataque suicida-terrorista de um avião de carreira na manhã de 11 de setembro de 2001, que matou 184 pessoas - afora os cinco terroristas, que não contam para as estatísticas americanas. Aproximadamente 20% da estrutura do prédio foi afetada. Um pouco de sorte evitou uma tragédia maior: apenas dois escritórios da Marinha estavam functionando e exatamente essa parte do prédio havia sido reforçada com aço meses antes. O avião bateu no chão antes de atingir o Pentágono, o que fez com que perdesse metade da velocidade e do poder de destruição. Ainda assim, se tivesse atingido outra ala, estima-se que teria atravessado alguns dos anéis internos e causado milhares de mortes.
O ataque aconteceu exatamente na data de aniversário de 60 anos da inauguração do Pentágono, em 1941, depois de 16 meses de construção.

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