quinta-feira, setembro 08, 2005

 

O melhor emprego do mundo

Walt Bogdanich tem o melhor emprego do mundo: é repórter investigativo do The New York Times. Trabalha em uma unidade especial, com mais uns 7 repórteres especiais, apurando histórias sem pressão de publicar no dia-a-dia. Pode ficar até um ano em uma matéria.
Ele não está onde está 'a toa. Ganhou dois Pulitzers (1989 e 2005), 4 Gerald Loeb Awards (UCLA), um IRE (Investigative Reporters and Editors) e um Overseas Press Club Award. Foi repórter investigativo do Wall Street Journal, antes de ir para o Times, em 2001.
Mas é a humildade em pessoa. Alto, magro, estrábico, Bogdanich tem a barba grisalha por fazer. Anda meio desajeitado e ostenta certa timidez. Não aparenta os 55 anos.
"O segredo para um repórter investigativo é ter paixão e persistência. É um tipo diferente de repórter. Porque muitas portas vão se fechar na sua cara, e não se pode deixar desencorajar por isso, mas, pelo contrário, se sentir motivado. Eu sou um privilegiado por trabalhar em um jornal que investe e acredita em reportagem, porque muitos hoje em dia não acreditam mais, embora seja uma obrigação da imprensa livre. E é caro, requer muitos recursos e muitas vezes você não produz histórias. Meus chefes dizem: Não esperamos matérias diárias."
A Investigations Unit tem sua equipe, mas conta ainda com repórteres "embedded" em outras editorias, que eventualmente atuam ao lado dos de investigação.
"Acredito que faço o jornal melhor, e o jornal me faz parecer melhor". O objetivo, ao apurar uma reportagem é chegar ao ponto em que se pode dizer as coisas "definitivamente", com certeza e segurança do que se está falando, e se chegar a algumas conclusões.
Ele explica, porém, que nem sempre grande jornalismo se reflete em mudanças. "Não se pode ficar frustrado com isso. Mesmo o NYTimes 'as vezes não faz acontecer."
Sobre a transparência do trabalho da imprensa, Bodganich critica quem pensa que a mídia não tem contas a prestar, diferentemente de governos. "Não temos nada a esconder e, se mostrarmos aos leitores como trabalhamos, ganharemos mais credibilidade. Nós queremos que o público acredite em nós e saiba como fazemos as coisas. Eles vão acreditar mais em nós. Gostaríamos de esconder nossos erros, mas não podemos. Tinha um editor do meu jornal em Ohio que fazia a cada duas semanas o "Café com o Editor", quando recebia a comunidade e conversava sobre o jornal. Achava aquilo muito estranho. Hoje vejo que estava 'a frente do tempo."

O material que ganhou o Pulitzer (Morte sobre trilhos)
http://www.nytimes.com/ref/national/deathonthetracks_index.html?

Minibio oficial de Walt Bogdanich
http://www.nytimes.com/ref/national/bogdanich-bio.html
http://64.233.161.104/search?q=cache:1vZOaKcST5AJ:www.uwalumni.com/onwisconsin/Spring00/breaking2.html+walt+bogdanich&hl=pt-BR
A história do filme The insider, com Al Pacino, trata de uma história inicialmente descoberta por ele
http://slate.msn.com/id/1004055/

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