quinta-feira, setembro 22, 2005

 

Novidade do Banco Mundial: Corrupção "astravanca" o "pogresso"

RAPHAEL GOMIDE
DE WASHINGTON D.C.
Enquanto o Brasil enfrenta a maior crise política no governo Lula por causa de corrupção, o presidente do Banco Mundial, Paul Wolfowitz, atacou ontem, em Washington, a prática como um dos maiores obstáculos ao desenvolvimento e 'a redução das desigualdades nos países pobres. O ex-subsecretário de Defesa do governo George W. Bush falou em termos gerais e não citou o Brasil ou nenhum país como exemplo, na sede do FMI, onde concedeu a primeira entrevista coletiva desde que assumiu a direção do banco, em julho. Wolfowitz disse que a corrupção é via de mão-dupla. "Não é responsabilidade apenas da liderança nacional nos países em desenvolvimento. Porque para cada pessoa que aceita propina há alguém que paga a propina - frequentemente de um país desenvolvido."
O presidente do Banco Mundial lembrou e reiterou a metáfora criada por seu antecessor no cargo, Jim Wolfenson, que chamou a corrupção de "câncer" e pôs a questão na agenda de discussões da instituição e de seus parceiros. Apesar das críticas, o executivo vê avanços no combate 'a prática.
Um relatório sobre desigualdade do banco foi apresentado terça-feira, reafirmando as Metas de Desenvolvimento do Milênio, acordo assinado pelos 184 países-membros, prometendo diminuir 'a metade a pobreza no mundo até 2015. Os técnicos da instituição ligada 'a Organização das Nações Unidas, acreditam que o objetivo será atingido, principalmente pelos grandes avanços recentes de China e Índia, ambas pobres e altamente populosas.
"Desenvolvimento é um esporte em equipe, temos de jogar em todas as posições e o campo precisa estar todo ocupado: nem todos podem ser artilheiros, alguns tem de ser os goleitos. Temos contas a prestar e o desenvolvimento é nossa prioridade. Estamos em um momento muito importante da história da luta para erradicar a pobreza e criar oportunidades. Não é questão de ajudar os pobres porque eles merecem, mas também porque é bom investimento no desenvolvimento futuro do país", afirmou Wolfowitz.
2005 é o ano do Desenvolvimento, razão pela qual a ONU e o BM lançaram documentos sobre o tema e Desigualdade no mundo. A reunião dos líderes mundiais na ONU, em Nova Iorque, semana passada, também teve os dois temas como principais pontos de discussão. O cancelamento da dívida externa de países pobres e a duplicação dos investimentos na África fazem parte desse esforço apoiado pelo Banco Mundial. A prioridade do Banco é a África Subsaariana, que concentra 800 milhões de pessoas na área mais pobre do planeta, e teve um plano de ações criado exclusivamente para a região. A instituição alega ser o maior fornecedor de fundos para países aplicarem em Saúde, Educação, Meio-Ambiente e combate 'a Aids.
(Matéria enviada ao DIA em 22 de Setembro)

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