terça-feira, setembro 06, 2005

 

2. Milhares de Jhécks nos EUA

O caso do brasileiro Jhéck Breener de Oliveira, de 4 anos, não é uma
raridade. Atualmente, há entre 4 mil e 10 mil crianças americanas em
Estado Vegetativo Permanente, segundo o neurologista Ronald Cranford,
da Universidade de Minnesota. Muitas vezes, como no caso de Jhéck, a
doença degenerativa avança de modo tão veloz que a criança entra
direto no estado vegetativo, sem antes entram em coma, o que é normal
em muitos casos, entre adultos.
A pessoa vítima de algum trauma ou ataque cardíaco - caso de Terri
Schiavo, que sofria de bulimia e infartou por falta de potássio,
perdido ao vomitar - normalmente entra primeiro em coma. Durante o
coma agudo, o paciente fica inconsciente e mantém os olhos fechados. É
possível despertar, mesmo depois de anos.
No estado vegetativo, os olhos ficam abertos, mas vidrados, e a pessoa
não interage. "É difícil muitas vezes para a família entender que,
embora o parente tenha aberto os olhos, a situação pode estar pior do
que antes", explica Cranford.
Após três meses e estado vegetativo, em geral, e até um ano, no caso
de um trauma na cabeça, é quase impossível reverter o quadro, diz.
No caso de Terri Schiavo, Cranford enfrentou um poderoso argumento,
usado pelos pais dela e difundido pela mídia: a imagem. "Eles usaram
filmagens e editaram com habilidade, de modo aparecer que ela
interagia; isso era uma ilusão. Os olhos dela não paravam em um lugar,
nem ela respondia a estímulos. Mas se você fala 50 vezes para ela
olhar para o lado esquerdo ou piscar, é provável que ela depois de
algum tempo tenha feito isso duas ou três vezes, mas porque faria do
mesmo jeito. E eles usaram esses poucos momentos na TV para
persuadir".

MORTE POR DESIDRATAÇÃO
O processo de morte pela retirada de alimentação artificial e
hidratação demora de 10 a 14 dias e é indolor para o paciente, mas
muito doloroso para a família, que vê o parente "secar", literalmente,
explica Ronald Cranford. "É muito difícil para a família assistir a
isso".
Esse tipo de morte assistida é comum e considerado "consistente com os
mais altos padrões de prática médica, legal e ético", afirma o médico.
"O paciente não sofre, não sente nada."
Aos poucos, a pele e os olhos secam, a pessoa fica vermelha e perde
peso, porque os líquidos do corpo vão se extinguindo. Nos últimos dois
dias, as extremidades do corpo - mãos e pés ficam gelados. A pessoa
entra em coma e morre.

Perfil de Cranford:
http://64.233.161.104/search?q=cache:AZcqhoczX00J:www.bioethics.umn.edu/faculty/cranford_r.shtml+ronald+cranford+ethics&hl=pt-BR

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